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Mortal Kombat | Filme entrega exatamente o que vendeu nos trailers


Desde moleque, aos 13 anos em 1993 quando vi Mortal Kombat chegar aos arcades ( fliperamas da época) fiquei empolgado com o game. Era muito sangue e porrada, ele tinha algo inovador e diferente que seu rival igualmente bom , Street Figther, não tinha. A produção do primeiro jogo foi baseada na ideia original que Ed Boon e John Tobias ( criadores da franquia milionária) tinham em fazer um jogo em que o ator Jean-Claude Van Damme fosse o protagonista, mas a ideia foi deixada de parte, e em vez disso foi criado Mortal Kombat, um jogo de luta com temas de fantasia e ciência, lançado em Outubro de 1992. Cansei de perder fichas nas casas de fliperama já que um Super Nintendo ou qualquer coisa similar a isso era totalmente fora da minha realidade. Eu, meu irmão e amigos vendíamos garrafas vazias nos finais de semana só para dar uma voltinha no mundo de Raiden, Sub-Zero, Scorpion, Sônia e cia. Até que em 1995 a versão cinematográfica do game dirigido por Paul W.S. Anderson chegou as telas do mundo todo e anos depois estreou na tv, pq naquela época era assim mesmo, tudo demorava para chegar a tv.


O que hoje vemos como um emaranhado de tosqueira pura foi um sucesso na época, aquele CGI que estava engatinhando agradou a molecada e logo
após o sucesso primeiro filme , a New Line não perdeu tempo e planejou uma continuação. O estúdio ofereceu uma grana maior para o diretor Paul W.S. Anderson retornar ao comando da sequência. No entanto, Anderson foi dirigir "O Enigma do Horizonte" (1997), lançado no mesmo ano de "Mortal Kombat – A Aniquilação", o segundo filme da franquia. A New Line não soube esperar e a ganância resultou em uma sequência pior do que filme original que afastou de vez dos cinemas os fãs da franquia relegando a obra a animações e voltando o seu foco aos demais lançamentos do game nos consoles ao longo dos anos.
"Mortal Kombat – A Aniquilação" era muito ruim mesmo parecia um episódio piloto de uma série qualquer tamanha a mediocridade , baixo orçamento e atuações dignas de pena.


Eis que, em 2018, a Warner, atual dona dos direitos da franquia, resolveu ceder a ideia de um reboot do diretor Simon McQuoid e do roteirista David Callahan (Mulher-Maravilha 1984). A ideia aqui seria rebootar a franquia, focar na história dos games, sem rostos muito conhecidos à frente do elenco e que o longa deveria ter James Wan na produção, cineasta conhecido por sucessos de filmes de terror de baixíssimo orçamento, bilheterias altíssimas e que, hoje, tem carta branca no estúdio, devido ao estouro de bilheteria de Aquaman. Afinal, tudo que James Wan toca tem se transformado em ouro nos cofres da Warner Bros.


Ok, peças na mesa, orçamento baixo , longa finalizado e peças publicitárias no ar, desde o primeiro trailer Mortal Kombat não escondeu o que queria entregar : O INÍCIO DO REBOOT DE UMA FRANQUIA. E foi exatamente isso que eu vi, sem estragar a experiência do espectador mas, desde que liberaram os sete minutos iniciais no Japão feudal ficou claro que era um filme de origem, começando pela rivalidade entre os futuros Scorpion e Sub-Zero, passando pela explicação do tal torneio em várias culturas em eras diferentes até os dias atuais. Temos boas lutas coreografadas - pq a maioria do elenco é de dublês - ao longo do filme , muita porrada e alguns fatalities. E como início de uma franquia que tem a missão de agradar a fanbase e trazer novos fãs ao redor do mundo, o filme cumpre muito bem esse papel.


É obvio que a maior parte do orçamento foi para o departamento de arte, figurino , CGI e coreografia das lutas. Depois do início interessantíssimo no Japão feudal, somos levados aos dias atuais onde o lutador de MMA Cole Young, acostumado a apanhar por dinheiro, não sabe de sua linhagem oculta ou porque está sendo caçado por Sub-Zero do clã de assassinos Lin-Kuei. Preocupado com a segurança de sua família, ele procura um grupo de lutadores que foram escolhidos para defender o Plano Terreno em uma batalha de alto risco contra as forças da Exoterra. Sim, é a velha história do "escolhido" e através dos olhos de Cole somos levados a combates mortais entre o bem e o mal. E se olharmos com atenção aos detalhes que o filme nos entrega de bandeja já nos primeiros minutos identificamos a linhagem de Young.



O personagem é visto com tons de amarelo seja em detalhes em seu figurino ou da luz do ambiente fica muito óbvio e quem percebe não se surpreende com a volta de um certo personagem no último ato. Voltando ao roteiro, o foco no material original está lá, e o longa é CHEIO de fanservice, desde os primeiros minutos mostrando a origem da rivalidade (e da luta) entre o ninja chinês Bi-Han ( o Sub-Zero original do game 1993) e o ninja japonês Hanzo Hasashi ( o Scoprion original) é muito bem explicada, vividos com maestria por Joe Taslim e Hiroyuki Sanada respectivamente, esse último com vasto currículo em hollywood em filmes como "O Último Samurai" 2003 com Tom Cruise e "Wolverine- Imortal" 2013 com Hugh Jackman . Os momentos cômicos do filme foram dados ao mercenário Kano vivido por Josh Lawson. E como o filme não é sobre o torneio e sim sobre o começo dele, é normal o espectador ficar com a sensação de estar se divertindo no final do filme é justamente quando achamos que ele vai começar é que termina. E essa opção do diretor Simon McQuoid e do roteirista David Callahan é compreensível já que venderam uma entrada para o público e não o prato principal esse virá na sequência do filme com personagens mais importantes aparecendo. E podemos esperar um filme bem melhor, com um orçamento mais alto e um roteiro melhorar trabalhado pq será nele que o torneio ganhará forma.

Hoje, 25/04, mundialmente o filme Mortal Kombat chegou a marca de U$ 50.1 milhões de dólares o que, por si só, já se pagou e começa a dar algum lucro e o estúdio já confirmou a sequência. O saldo final é um violento filme de luta com roteiro previsível que adapta um violento jogo de luta com roteiro previsível , e nesse quesito o reboot de Mortal Kombat entrega exatamente o que vendeu. Resta agora esperar para ver quem será o rosto conhecido que irá interpretar um certo lutador do game que também é um astro de Hollywood... não, não será o Van Damme , sua chance passou quando ele recusou interpreta-lo no filme de 95. Um verdadeiro soco no saco dos fãs do game ao redor tudo mundo e pensar que tudo começou com ele, lá atrás em "O Grande Dragão Branco" (1988)...

1º TAKE

O 1º TAKE é um espaço criado para dividir com os leitores assuntos interessantes sobre música,séries, cinema, teatro e arte em geral. Blog editado pelo louco Walther Jr. ,um espectador apaixonado por cinema,teatro,música,cerveja, vinho,pizza,pão na chapa,churrasco,lasanha,empada,pão de queijo... Ou seja,sou normal como todo mundo, não esperem nada profissional por aqui. Forte abraço e um viva a sétima arte.

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