Desde moleque, aos 13 anos em 1993 quando vi Mortal Kombat chegar aos arcades ( fliperamas da época) fiquei empolgado com o game. Era muito sangue e porrada, ele tinha algo inovador e diferente que seu rival igualmente bom , Street Figther, não tinha. A produção do primeiro jogo foi baseada na ideia original que Ed Boon e John Tobias ( criadores da franquia milionária) tinham em fazer um jogo em que o ator Jean-Claude Van Damme fosse o protagonista, mas a ideia foi deixada de parte, e em vez disso foi criado Mortal Kombat, um jogo de luta com temas de fantasia e ciência, lançado em Outubro de 1992. Cansei de perder fichas nas casas de fliperama já que um Super Nintendo ou qualquer coisa similar a isso era totalmente fora da minha realidade. Eu, meu irmão e amigos vendíamos garrafas vazias nos finais de semana só para dar uma voltinha no mundo de Raiden, Sub-Zero, Scorpion, Sônia e cia. Até que em 1995 a versão cinematográfica do game dirigido por Paul W.S. Anderson chegou as telas do mundo todo e anos depois estreou na tv, pq naquela época era assim mesmo, tudo demorava para chegar a tv.
Ok, peças na mesa, orçamento baixo , longa finalizado e peças publicitárias no ar, desde o primeiro trailer Mortal Kombat não escondeu o que queria entregar : O INÍCIO DO REBOOT DE UMA FRANQUIA. E foi exatamente isso que eu vi, sem estragar a experiência do espectador mas, desde que liberaram os sete minutos iniciais no Japão feudal ficou claro que era um filme de origem, começando pela rivalidade entre os futuros Scorpion e Sub-Zero, passando pela explicação do tal torneio em várias culturas em eras diferentes até os dias atuais. Temos boas lutas coreografadas - pq a maioria do elenco é de dublês - ao longo do filme , muita porrada e alguns fatalities. E como início de uma franquia que tem a missão de agradar a fanbase e trazer novos fãs ao redor do mundo, o filme cumpre muito bem esse papel.
É obvio que a maior parte do orçamento foi para o departamento de arte, figurino , CGI e coreografia das lutas. Depois do início interessantíssimo no Japão feudal, somos levados aos dias atuais onde o lutador de MMA Cole Young, acostumado a apanhar por dinheiro, não sabe de sua linhagem oculta ou porque está sendo caçado por Sub-Zero do clã de assassinos Lin-Kuei. Preocupado com a segurança de sua família, ele procura um grupo de lutadores que foram escolhidos para defender o Plano Terreno em uma batalha de alto risco contra as forças da Exoterra. Sim, é a velha história do "escolhido" e através dos olhos de Cole somos levados a combates mortais entre o bem e o mal. E se olharmos com atenção aos detalhes que o filme nos entrega de bandeja já nos primeiros minutos identificamos a linhagem de Young.
O personagem é visto com tons de amarelo seja em detalhes em seu figurino ou da luz do ambiente fica muito óbvio e quem percebe não se surpreende com a volta de um certo personagem no último ato. Voltando ao roteiro, o foco no material original está lá, e o longa é CHEIO de fanservice, desde os primeiros minutos mostrando a origem da rivalidade (e da luta) entre o ninja chinês Bi-Han ( o Sub-Zero original do game 1993) e o ninja japonês Hanzo Hasashi ( o Scoprion original) é muito bem explicada, vividos com maestria por Joe Taslim e Hiroyuki Sanada respectivamente, esse último com vasto currículo em hollywood em filmes como "O Último Samurai" 2003 com Tom Cruise e "Wolverine- Imortal" 2013 com Hugh Jackman . Os momentos cômicos do filme foram dados ao mercenário Kano vivido por Josh Lawson. E como o filme não é sobre o torneio e sim sobre o começo dele, é normal o espectador ficar com a sensação de estar se divertindo no final do filme é justamente quando achamos que ele vai começar é que termina. E essa opção do diretor Simon McQuoid e do roteirista David Callahan é compreensível já que venderam uma entrada para o público e não o prato principal esse virá na sequência do filme com personagens mais importantes aparecendo. E podemos esperar um filme bem melhor, com um orçamento mais alto e um roteiro melhorar trabalhado pq será nele que o torneio ganhará forma.
Hoje, 25/04, mundialmente o filme Mortal Kombat chegou a marca de U$ 50.1 milhões de dólares o que, por si só, já se pagou e começa a dar algum lucro e o estúdio já confirmou a sequência. O saldo final é um violento filme de luta com roteiro previsível que adapta um violento jogo de luta com roteiro previsível , e nesse quesito o reboot de Mortal Kombat entrega exatamente o que vendeu. Resta agora esperar para ver quem será o rosto conhecido que irá interpretar um certo lutador do game que também é um astro de Hollywood... não, não será o Van Damme , sua chance passou quando ele recusou interpreta-lo no filme de 95. Um verdadeiro soco no saco dos fãs do game ao redor tudo mundo e pensar que tudo começou com ele, lá atrás em "O Grande Dragão Branco" (1988)...
Um bom filme...
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