Se o trabalho em si já é difícil o que dizer quando se trabalha com um personagem tão interessante e complexo como o Alexandre Magno Abrão ou o Chorão da banda Charlie Brown Jr ? O resultado é o documentário "Chorão: Marginal Alado" que conta a vida do fundador da banda santista até seus últimos dias.
Dirigido por Felipe Novaes lançado em 2019 , só agora chegou as plataformas digitais . "Marginal Alado" nos leva a mente do artista através da música marcante e de depoimentos de amigos , familiares e do próprio Chorão em imagens inéditas. A narrativa é a mesma do ótimo "Simonal - Ninguém Sabe o Duro que Dei" de 2009 dos diretores Cláudio Manoel, Micael Langer e Calvito Leal , a cada minuto mais perto do fim a alegria e a diversão vão dando lugar a pressão e angústia do personagem título.
O saldo final é a lembrança de um grande artista tão gigantesco e controverso quanto a sua arte. Cada geração teve seu ídolo, de Simonal, Tim Maia, Renato Russo ,Cazuza a Chico Science. E Chorão foi ,indiscutivelmente , o ídolo brasileiro da geração do fim dos anos 90 e da década de 2000. Suas letras ficarão na memória do público assim como todos esses artistas que citei. E, talvez, a maior mensagem do longa passe despercebida pelo expectador, que a depressão é uma doença que assola uma parte da população mundial e não é tratada com a devida importância que deveria ser.