David Lynch promove um cinema de múltiplas sensações, essencialmente voltado para provocar, perturbar. Assim, é óbvio que o local ideal para se assistir à sua obra é o cinema , onde Twin Peaks foi exibida novamente no Festival de Cinema de Lucca, na Itália. Porém, o cineasta não se fecha às novas tecnologias, como a transmissão da série pela Netflix evidencia. Resta a ele, então, ensinar o espectador a assisti-la do modo mais imersivo possível de sua casa.
"Pra mim, a chave pela qual Twin Peaks mudou a televisão é a vermos como filme, não uma série", diz Lynch. "Um filme partido em 18 partes. Um lindo filme com um lindo som. E eu gostaria de dizer e pedir que vocês digam aos seus amigos ao redor do mundo que, ao ver Twin Peaks numa televisão, num computador ou, ainda pior, num telefone, você não está ouvindo a trilha sonora plenamente", explicou.
Sem sugerir que se espere que Twin Peaks seja exibido integralmente no cinema, em 18 horas consecutivas, David Lynch esclarece que o ideal é emular a experiência cinematográfica com o dispositivo que se tenha à disposição. "Eu recomendo que, seja qual for a tela que você tenha, aproxime-a o mais perto possível dos seus olhos. E use fone de ouvido. Apague as luzes. Assim você terá a chance de embarcar num novo mundo", ensinou.
Diretor de todos os episódios de Twin Peaks, David Lynch é também o responsável por sua trilha sonora. Além de um cineasta incrível, que sabe o que diz. Então, anote as dicas que ele dá, no caderninho ou mentalmente, e ponha em prática. Vale usá-las em outras obras também.
Twin Peaks – A série começou agora sua terceira temporada depois de um longuíssimo hiato. Originalmente exibida entre 1990 e 1991, teve apenas duas temporadas e 30 episódios produzidos na época.