“Ninguém sabe o que o futuro reserva”
Poucos cinéfilos negariam que David Lynch é um dos diretores mais aclamados das últimas décadas. Seu impactante e enigmático longa Cidade Dos Sonhos, de 2001, chegou a ser eleito o melhor filme do século 21 por um time de críticos de cinema de todo o mundo.
O cineasta, que foi ovacionado na última quinta-feira em Cannes após exibição do novo Twin Peaks, não dirige um filme desde Império dos Sonhos, lançado em 2006.
Recentemente, em entrevista à Sydney Morning Herald, o diretor declarou que não faria mais nenhum filme. Ao menos, foi assim nas trascrições divulgadas.
Mas agora, durante o Festival de Cannes, Lynch negou que pretende abandonar os filmes. “Minhas observações (na entrevista ao Sydney Morning Herald) foram tiradas de contexto. Eu não disse que iria abandonar o cinema. Disse apenas que ninguém sabe o que o futuro reserva”.
No jornal australiano, a fala do diretor surgiu em meio a discussões sobre as formas de consumo de obras visuais atualmente. “As coisas mudaram muito (…). Tantos filmes não estão indo bem nas bilheterias, mesmo que possam ser grandes filmes, e as coisas que estão indo bem nas bilheterias não são do estilo que eu gostaria de fazer”, declarou o cineasta na ocasião.
Nesse contexto, não se pode esquecer que não apenas as séries têm crescido com a ampla disseminação dos serviços de streaming, mas também os filmes em formato cinematográfico feitos para exibição direta nas TV’s. Na última sexta-feira (26), por exemplo, chegou às telas da Netflix o longa-metragem War Machine, com Brad Pitt, que não passou pelos cinemas.