Diretor e elenco se reuniram em Nova York e relembraram as provações, perseverança e inspiração que resultaram na sequência de filmes de máfia vencedora do Oscar.
Al Pacino foi considerado baixinho, Marlon Brando foi obrigado a fazer um teste de câmera e o diretor Francis Ford Coppola quase foi demitido.
No sábado (29), o diretor e o elenco de "O Poderoso Chefão" se reuniram em Nova York para o aniversário de 45 anos do filme e relembraram as provações, perseverança e inspiração que resultaram na sequência de filmes de máfia vencedora do Oscar.
Coppola, Al Pacino, Robert De Niro, Diane Keaton, James Caan, Talia Shire e Robert Duvall assistiram “O Poderoso Chefão” (1972) e "O Poderoso Chefão – Parte II” (1974) junto a outras 6 mil pessoas na noite de encerramento do festival de cinema de Tribeca.
"Eu não assisto a esses filmes há anos", afirmou Coppola. "Tive uma experiência muito emocionante. Tinha esquecido sobre a produção do filme e pensei na história, e a história usou muita família e minhas coisas pessoais".
Os dois filmes ganharam nove Oscars e a história de como um órfão da Sicília emigrou para os Estados Unidos na virada do século 20 e formou a família do crime Corleone tornou-se um clássico do cinema.
Mas o filme teve um começo menos auspicioso. Coppola lembrou que o estúdio hollywoodiano Paramount queria, na década de 1970, fazer um filme "barato e rápido".
Por diversas vezes, Coppola quase foi demitido e encontrou resistência à escolha de Al Pacino como Michael Corleone, e de Marlon Brando como o poderoso chefão.
Brando, que morreu em 2004, teve vários fracassos após uma carreira bem sucedida na década de 1950 e tinha uma reputação de ser difícil.
"Foi-me dito (por executivos de estúdio) que ter Brando no filme o tornaria menos comercial que ter um total desconhecido", disse Coppola.
Brando criou a voz áspera, as bochechas macias e os cabelos oleosos para Corleone no teste de tela. No entanto, três semanas depois da filmagem, havia mais problemas.
"Eles (o estúdio) odiavam Brando, achavam que ele murmurava e odiaram o filme ... Estava muito escuro", disse Coppola. Brando ganhou um Oscar pela performance.
O estreante Al Pacino teve que fazer o teste "inúmeras vezes" para o papel de Michael, o filho universitário que se encarregava dos negócios da família Corleone. Os chefes do estúdio o acharam muito baixo e queriam Robert Redford ou Ryan O'Neal no papel.
No entanto, Coppola persistiu porque "toda vez que lia o roteiro, sempre via seu rosto (de Pacino), especialmente nas cenas da Sicília".
Pacino disse que, originalmente, queria o personagem do filho cabeça quente, Sonny, e chegou a pensar que Coppola "estivesse realmente louco" por deseja-lo no papel de Michael.
O filme o lançou como um dos atores mais honrados de sua geração.
Por sorte, desempenhou um papel na criação de algumas das cenas mais memoráveis dos dois filmes. A revelação da esposa de Corleone, Kay (Keaton), de que havia abortado seu bebê por causa do horror sobre as atividades criminosas de seu marido foi sugerida por Talia Shire (Connie).
No painel, Coppola falou que nenhum estúdio aceitaria fazer O Poderoso Chefão nos dias atuais (via Hollywood Reporter), porque sairia muito caro e ele não poderia ser realizado.
"O primeiro O Poderoso chefão custou US$ 6,5 milhões, o segundo custou cerca de US$12 milhões, que se você converter [para os valores atuais], seria necessário um estúdio grande. Mas ele nunca passaria do processo de receber um OK ou o que hoje em dia chamam de sinal verde. Nada vai receber um sinal verde hoje a menos que seja um filme que eles possam fazer uma série e um quadrinho tipo Marvel. "
E o gato na cena de abertura de "O Poderoso Chefão", fazendo um forte contraste com sua presença intimidante, foi uma adição de última hora. "Eu coloquei aquele gato em suas mãos, era o gato do estúdio, era uma tomada", disse Coppola.
Assista o vídeo completo aqui :